Cultura de aprendizagem em 2026: como engajar gestores e colaboradores

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A transformação acelerada do mercado de trabalho, impulsionada por IA, automação e novos modelos de gestão, está mudando o que significa ser uma empresa competitiva. Em 2026, não bastará oferecer bons salários e benefícios: organizações de alta performance serão aquelas que tiverem uma cultura de aprendizagem sólida, capaz de desenvolver pessoas de forma contínua e estratégica.

Esse movimento exige que o aprendizado saia da lógica de treinamentos pontuais e passe a fazer parte do dia a dia das equipes. Para isso, é fundamental engajar tanto gestores quanto colaboradores em uma visão compartilhada sobre desenvolvimento, desempenho e crescimento profissional.

O que é, na prática, uma cultura de aprendizagem?

Quando falamos em cultura de aprendizagem, estamos nos referindo a um ambiente em que aprender é algo natural, esperado e valorizado. Nessa cultura, erros são vistos como oportunidade de melhoria, feedbacks são frequentes e o compartilhamento de conhecimento é incentivado.

Algumas características comuns:

  • Curiosidade e questionamento são bem-vindos.
  • Pessoas têm espaço para testar novas abordagens.
  • Times trocam experiências entre áreas e níveis diferentes.
  • O desenvolvimento está conectado às prioridades do negócio.

É importante também diferenciar essa realidade de modelos tradicionais. Ter uma universidade corporativa parada, cursos desatualizados ou formações obrigatórias que ninguém aplica não significa ter uma cultura de aprendizagem. Quando o aprendizado é apenas formal, isolado do cotidiano, ele tende a gerar pouco impacto.

Por outro lado, quando desenvolvimento e estratégia caminham juntos, os benefícios aparecem na atração e retenção de talentos, na inovação e na agilidade para responder a mudanças.

Por que essa cultura será estratégica em 2026

Alguns fatores explicam por que esse tema ganha ainda mais importância ao longo dos próximos anos:

Ciclo de vida curto das competências
Novas tecnologias e processos exigem atualização constante. Habilidades técnicas que hoje são diferenciais podem se tornar básicas em pouco tempo. Sem um ambiente que estimule o aprendizado contínuo, as equipes rapidamente ficam defasadas.

Expectativas das novas gerações
Profissionais mais jovens valorizam fortemente empresas que investem em desenvolvimento. Ao avaliar uma proposta, muitos buscam evidências de que existirão oportunidades reais de crescimento. Aqui, uma cultura de aprendizagem clara se torna parte importante da proposta de valor ao colaborador.

Relação com recrutamento e seleção
Candidatos observam se a empresa aprende e evolui. Processos seletivos bem estruturados, com feedbacks, trilhas de integração e comunicação transparente sobre oportunidades de desenvolvimento, reforçam a imagem de um ambiente em que o aprendizado é levado a sério.

Obstáculos comuns para consolidar essa cultura

Implementar uma cultura de aprendizagem consistente não é simples. Algumas barreiras aparecem com frequência:

Falta de patrocínio da liderança:

Quando gestores enxergam desenvolvimento apenas como custo ou distração, iniciativas de aprendizado perdem prioridade.

Sobrecarga e pressão por curto prazo:

Se tudo é urgente, não há tempo para refletir, testar ou aprimorar processos.

Treinamentos desconectados da prática:

Conteúdos genéricos, que não conversam com o trabalho real das equipes, geram baixa adesão e descrédito.

Ausência de métricas:

Sem indicadores claros, fica difícil demonstrar o impacto do aprendizado em performance, engajamento e resultados financeiros.

Superar esses pontos é condição básica para que qualquer esforço em direção a uma nova cultura tenha resultado.

Como engajar gestores

Gestores são peças-chave. Se eles não participam ativamente, a cultura de aprendizagem tende a ficar restrita a ações pontuais de RH. Algumas alavancas importantes:

Conectar desenvolvimento a resultados da área
Mostrar como equipes que aprendem mais entregam melhor: menos retrabalho, mais inovação, maior autonomia. Ao relacionar aprendizado com metas concretas (receita, produtividade, qualidade), o tema deixa de ser abstrato.

Formar líderes educadores
1. Estimular comportamentos como:

2. Fazer perguntas em vez de apenas dar respostas.

3. Criar espaços de troca dentro do time.

4. Dar feedbacks específicos e frequentes.

5. Patrocinar participação em projetos desafiadores.

Incluir desenvolvimento nas rotinas de gestão

1. Reservar tempo em 1:1 para falar de carreira.

2. Incluir momentos de compartilhamento de aprendizados em reuniões de equipe.

3. Planejar job rotation ou shadowing entre áreas.

Reconhecer quem promove a cultura
Incluir indicadores de desenvolvimento de pessoas na avaliação de desempenho de líderes sinaliza que esse papel é estratégico. Casos de sucesso podem ser divulgados internamente, reforçando comportamentos desejados.

Como engajar colaboradores

Uma cultura de aprendizagem viva depende também da participação ativa das pessoas. Algumas práticas ajudam a construir esse protagonismo:

Dar clareza de caminhos
Mapear trilhas de desenvolvimento por função e senioridade, mostrando quais competências fazem diferença para evoluir na carreira. Isso ajuda o colaborador a entender por que vale a pena investir tempo em aprender.

Aprender no fluxo de trabalho

1. Micro conteúos aplicados ao dia a dia.

2. Mentorias entre profissionais experientes e novos.

3. Revisões de projetos em que o foco é aprender com o que deu certo e o que deu errado.

Fortalecer o aprendizado social
Comunidades internas de prática, grupos de estudo, encontros rápidos para troca de boas práticas e sessões de “show and tell” criam um ambiente colaborativo, mais leve e acessível.

Reconhecer esforços de desenvolvimento
Certificados, badges, visibilidade em canais internos e, principalmente, oportunidades concretas (projetos, promoções, mobilidade interna) tornam o aprendizado algo tangível na trajetória das pessoas.

O papel da tecnologia e do ATS

A tecnologia é um aliado importante para viabilizar essa transformação. Plataformas de conteúdo, ferramentas colaborativas e soluções com IA facilitam a personalização de trilhas e a mensuração de resultados.

Um ponto muitas vezes subestimado é a relação entre sistemas de recrutamento e a cultura de aprendizagem. Um ATS permite:

1. Entender quais competências são mais demandadas nas vagas e usar essas informações para orientar programas de desenvolvimento.

2. Comunicar, já nos anúncios de emprego, como a empresa investe em aprendizado e carreira.

3.  Acompanhar o desempenho de contratações ao longo do tempo, identificando onde trilhas de integração e capacitação podem ser aprimoradas.

Ao integrar dados de seleção, performance e treinamento, fica mais fácil tomar decisões informadas sobre onde investir em aprendizado e como evoluir a estratégia de talentos.

Passos práticos até 2026

Para quem quer fortalecer esse aspecto até 2026, alguns passos podem orientar o caminho:

Diagnosticar o ponto de partida

1. Pesquisas internas sobre percepção de desenvolvimento.

2. Levantamento de lacunas de competências mais críticas.

Definir uma visão clara
Responder perguntas como: “Como queremos que as pessoas descrevam nosso ambiente de aprendizado daqui a dois anos?” ajuda a traduzir a cultura de aprendizagem desejada em comportamentos concretos.

Construir um plano realista

1. Começar por pilotos em áreas estratégicas.

2. Incluir metas ligadas a aprendizagem em planos de negócio.

3. Garantir que RH, liderança e áreas de tecnologia estejam alinhados.

Medir, comunicar e ajustar
Acompanhar indicadores, contar histórias de sucesso e ajustar rotas faz parte do processo. Cultura não se muda de um dia para o outro, mas evolui gradualmente, à medida que novas práticas são reforçadas.

A aprendizagem como motor da Inovação

Em um contexto de mudanças constantes, aprender rápido passa a ser uma vantagem competitiva. Mais do que oferecer cursos, construir uma verdadeira cultura de aprendizagem significa criar um ambiente em que curiosidade, troca e evolução façam parte da identidade da organização.

Engajar gestores e colaboradores nesse movimento é fundamental para que desenvolvimento deixe de ser uma ação pontual e se transforme em um hábito coletivo. Com apoio de tecnologia, dados e processos bem estruturados inclusive no recrutamento, é possível chegar a 2026 com equipes mais preparadas, negócios mais resilientes e uma proposta de valor ao colaborador realmente alinhada ao futuro do trabalho.

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