No mundo, existem mais de um bilhão de pessoas com deficiência (PCD), de acordo com um recente relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
No Brasil, o último Censo Demográfico apontou que 45,6 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Enquanto isso, em 2014, a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) apontou que a maioria dos municípios de nosso país, assim como grande parte das empresas, não promove políticas de acessibilidade — 72,6% não têm programas de geração de trabalho e renda ou inclusão no mercado de trabalho para as PCDs.
Diante de números tão preocupantes, é essencial que tanto as empresas quanto as pessoas contribuam para edificar uma sociedade mais inclusiva, especialmente por meio da acessibilidade.
Por isso, neste post, mostraremos a importância da acessibilidade no ambiente de trabalho, assim como o que as empresas — sejam elas pequenas, sejam elas médias, sejam elas grandes — podem (e devem) fazer em relação a isso. Continue a leitura e confira!
O que fala o Estatuto da Pessoa com Deficiência sobre a inclusão no trabalho
Quando o assunto está relacionado à acessibilidade, as normas que tratam desse direito são a Lei de Cotas e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI). Ambas determinam que toda organização com mais de 100 funcionários deve disponibilizar de 2% a 5% dos seus postos de trabalho para PCDs.
No mesmo sentido, essas mesmas leis também estipulam regras específicas para a adequação da infraestrutura de diversos tipos de ambientes, no intuito de prepará-los para receber adequadamente as pessoas com mobilidade reduzida ou com deficiência em seus estabelecimentos.
Assim sendo, as empresas que não cumprem essas leis podem ser multadas, segundo a Portaria ME Nº 9 de 15 de janeiro de 2019. Além de não ser nada positivo para a imagem da instituição, tomar uma multa por descumprimento desse tipo de norma pode prejudicar a saúde financeira do negócio. Quem define essas multas é um juiz, de acordo com o tipo de infração cometida, o prejuízo e os danos causados à pessoa com deficiência.
A importância de incluir acessibilidade na organização
Mesmo que seja uma obrigatoriedade legal e um grande desafio para as empresas, a inclusão e a oferta de mais alcance para PCDs no mercado de trabalho são fundamentais para a inserção de uma nova cultura, assim como para a inserção dessa política pública no ambiente corporativo. De forma geral, estamos falando de impactos tanto na esfera econômica quanto na social. Além disso, inserir acessibilidade na empresa significa:
- ter a chance de atrair bons candidatos;
- oferecer um ambiente de trabalho inclusivo;
- melhorar a imagem da empresa perante o mercado;
- ir além do cumprimento da legislação.
O que fazer para implantar acessibilidade na empresa
Agora que você já sabe o que as leis dizem sobre o assunto e a importância de que as pessoas com deficiência penetrem, efetivamente e cada vez mais, no mercado de trabalho, entenda o que fazer para implantar a acessibilidade na sua empresa.
Faça adaptações no ambiente físico
Um aspecto essencial para que haja acessibilidade no ambiente de trabalho é a adaptação do espaço físico. Afinal, se a ideia é deixar claro que todos são bem-vindos, é preciso assegurar que qualquer pessoa tenha acesso às dependências da empresa e possa circular por toda a sua área. Para tanto, faz-se necessário implantar alguns pontos, como:
- projetos de acessibilidade (corrimões, rampas, alavancas, guias etc.);
- ferramentas de ajuste do ambiente, como ar-condicionado e iluminação;
- tecnologias acessíveis, por exemplo, softwares de leitura de tela.
Identifique os níveis de aceitação e rejeição entre os funcionários
Além das adaptações físicas, para que o ambiente de trabalho seja, de fato, inclusivo, é necessário favorecer também as boas relações interpessoais. Isso porque, às vezes, acontece de alguns colaboradores mostrarem-se resistentes e, até mesmo, com atitudes de rejeição em relação à possibilidade de pessoas com deficiências fazerem parte da equipe.
Nesse cenário, é fundamental que o setor de RH seja ágil e mapeie tanto a aceitação quanto a rejeição junto a outras áreas da empresa, frente à contratação de PCDs. Somente após a mensuração desses níveis é que será possível elaborar estratégias e ações no intuito de tornar o ambiente mais leve, tranquilo e aberto e de elevar o grau de aceitação entre todos os membros do time.
Proponha atividades de sensibilização entre os colaboradores
Uma vez ciente dos níveis de aceitação e de rejeição, a liderança terá subsídios para elaborar as intervenções. Antes de tudo, é fundamental que a gestão de pessoas informe a todos o quanto é interessante e produtivo conviver com indivíduos diferentes e ter a chance de aprender com eles.
É preciso que toda a equipe aprenda a lidar com o novo e entenda que as PCDs não são indivíduos completamente dependentes. Longe disso, estamos falando de pessoas eficientes e plenamente capazes, que só demandam algumas condições diferenciadas de acessibilidade.
Nesse sentido, a falta de informação pode gerar dúvidas e provocar desconforto. Por isso, para que a inclusão realmente aconteça, a conscientização do grupo faz toda a diferença. É lamentável pensar que grande parte das PCDs esbarra em inúmeros obstáculos e recolhe-se para dentro de casa, limitando-se apenas a poucos ambientes, porque a sociedade não é inclusiva.
Outro ponto essencial para formar relações de trabalho que permitam a inclusão é o treinamento. No mesmo sentido, provavelmente, empresa e colaboradores terão que adaptar a execução de algumas tarefas e reestruturar processos operacionais, a fim de que as PCDs tenham, de fato, acessibilidade e consigam se adaptar à nova rotina de trabalho.
Com a integração de toda a equipe e o respeito às necessidades, por meio de estratégias de uma gestão humanizada, é facilmente viável tornar a experiência do dia a dia no trabalho mais motivadora, atrativa e valiosa para todos. Isso porque a sensibilização diante da acessibilidade é uma chance inigualável de aprendizado para todos os envolvidos.
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